terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

NECESSIDADE...




















Eu estava na varanda de casa, no escuro e sozinho, apenas iluminado pela lua e estrelas num céu acinzentado. Estava calado, apenas respirando e pensando em como ela estava, ou com quem, e só a possibilidade dela estar acompanhada me fez tremer. Eu precisava dela, precisava daquela mulher pra mim e embora eu a tenha feito sofrer, a distância que agora havia entre nós me fazia sofrer ainda mais. Acendi um cigarro e respirei fundo. Quando sentiria sua pele branca e macia tocar a minha novamente?
Percebi que a necessitava não apenas por necessidade física ou carnal, mas sim porque a amava e doía cada parte do meu corpo só em imaginar outro homem com ela como eu estive. Eu a amava, isso era fato, e precisava ser dito.
Decidi então que não importaria o que ela pensaria ou faria quando eu dissesse a ela a verdade sobre mim: um apaixonado arrependido.
A noite antes cinzenta e estrelada agora se fazia chuvosa e ríspida, e mesmo assim fui bater a porta de minha doce Isabela, para lhe jogar as minhas palavras no chão a sua frente, e esperar que sejam chutadas de volta. Apenas sorri quando a vi abrir a porta e dar-me espaço para entrar todo encharcado.
_ O que faz na chuva? – quis saber.
_ Precisava ver você.
_ Isso não é hora. Está tarde e chovendo.
_ Não podia esperar, e além do mais, não chovia quando saí de casa.
_ O que não podia esperar?
_ O que tenho pra dizer.
_ Pois diga, e seja rápido.
_ Eu amo você. Pode me odiar, achar que eu sou um sedutor barato que usa as mulheres só pra se divertir, mas eu amo você.
_ E o que espera que eu faça diante disso? Quer que eu diga “eu te amo também e não agüentava mais de tanta saudade”, ou quer que eu esqueça o que você fez comigo? Acha que foi fácil?
_ Não faço idéia de como se sentiu, mas posso afirmar que eu estou pior. Está sendo agonizante pra mim todo esse tempo sem ao menos te ver. E eu temo você estar com outro alguém agora. Tremo de pensar em outro homem te tocando.
_ Como se você não tivesse tocado em outras vadias.
_ Não como toquei você.
_ Você não presta, realmente não presta. Vai embora!
_ Isa! Me escuta! – fui até ela e a segurei pelos braços e a fiz parar e me olhar – Não vai adiantar nada eu tentar tirar você da minha cabeça, e nada mais foi igual, nem chegou perto de como foi com a gente. Eu só penso em você, em como está, com quem, e onde. Só posso estar amando você. – disse tudo isso aproximando meu rosto do seu.
_ Isso não é verdade – disse ela me olhando fixamente nos olhos.
_ Deixe-me provar – aproximei meu rosto ao seu deixando lado a lado, mordiscando o lóbulo de sua orelha.
_ Pára. Pare com isso, Felipe. – disse ela, quase sem fôlego – você só quer sexo, e nada mais.
_ Eu só quero você, não agüento mais.
_ Isso tudo é mentira – disse ela enquanto tentava me afastar de si em vão – Você só quer sexo agora e depois mais nada.
_ Você, só você – eu dizia enquanto beijava seu pescoço e a fazia perder o fôlego – Deixa eu te mostrar.
_ Não... Pára!
_ Isa, só dessa vez, deixa eu... – eu dizia baixinho enquanto beijava seu pescoço e lhe fazia carícias – Eu sei que você quer, e não tem problema em querer. Eu amo você.
Então finalmente encontrei seus lábios quentes com os meus e lhe beijei como se minha vida dependesse disso. A senti puxar a gola da minha camisa enquanto retribuía meu beijo, me puxando mais ainda para junto de si.
Era como voltar a viver. Beijar seus lábios doces e rosados novamente. Ela puxava e acariciava meu cabelo molhado, intensificando ainda mais o beijo. Até que ela simplesmente parou e apenas juntou nossas testas, ainda me puxando pela camisa.
_ Não posso. Não sabe como foi difícil pra mim – disse ela de olhos fechados.
_ Também não foi fácil pra mim. Você pode sim, você quer, eu quero. – enquanto eu falava, ela negava com a cabeça – Ei, olhe pra mim – ela me olhou, implorando por verdade com seus olhos escuros e eu passei meus dedos por sua bochecha de pele macia – Eu te amo.
Ela não sorriu, e nem disse “eu também”, ela apenas continuou a me olhar nos olhos, séria e decidida, e então voltou a me beijar. Tirei meus sapatos molhados e fui nos guiando por um caminho que já conhecíamos.
O quarto tinha apenas a luz do abajur acesa e fazia seus olhos ficarem mais escuros e sedutores. Tirei minha camisa molhada com sua ajuda e joguei no chão próximo a almofada do gato. Meu corpo estava frio e molhado, enquanto o seu quente e macio. Precisava sentir seu corpo no meu. Continuei beijando seus lábios enquanto ela abria meu jeans e eu descia as alças da sua camisola fazendo-a cair no chão e deixando-a apenas de calcinha da minha frente. Eu a abracei e a senti estremecer pelo contato com meu corpo gélido.
Meus beijos começaram a descer pelo seu pescoço, onde senti seu cheiro floral, como o de um jardim florido em que uma criança brinca, e desceram ainda mais sobre sua pele macia até encontrar colo e seios, quentes e saborosos, fazendo com que minha boca os envolvesse com beijos e carícias com a língua que a fizeram respirar mais ofegante.
A deitei na cama e continuei a lhe chupar os seios, até que desci os beijos até a sua barriga fazendo-a se arrepiar e soltar baixos gemidos. Enquanto alternava meus beijos entre seios e barriga, tirei sua calcinha e lhe toquei a vagina, a sentindo molhada e quente. Comecei a lhe incitar no clitóris e vez ou outra penetrando um dedo meu em sua intimidade. Isso a fazia gemer e perder o fôlego.
Ela me puxou ao encontro dos seus lábios e eu tirei minhas últimas peças de roupa, pronto para penetrá-la.
Enquanto chovia lá fora e se ouvia os trovões, dentro do quarto só se podia ouvir nossos gemidos e respirações entrecortadas enquanto eu a penetrava e ela mantinha suas unhas cravadas nos meus ombros.
Era incrível vê-la de cima. Seu cabelo loiro esparramado no lençol branco da cama, o suave balançar dos seus seios enquanto eu a penetrava, suas bochechas suadas e rosadas, seus olhos negros, turvos e sensuais.
Sem sair um segundo sequer de dentro dela, inverti nossas posições e olhá-la de baixo também foi incrível. Sua boca entreaberta enquanto gemia, suas unhas vermelhas arranhando levemente meu peito enquanto se apoiava, o balançar mas rápido dos seus seios enquanto cavalgava. Coloquei minhas mãos no seu quadril incitando-a a continuar a cavalgar no meu pênis, quando ela se curvou mais pra frente me olhando nos olhos enquanto seu cabelo passeava pelo meu rosto me fazendo sentir seu cheiro floral. Minhas mãos subiram e encontraram os seus seios novamente. Ela jogou o seu cabelo para trás e eu pude ver suas bochechas mais rosadas ainda.
Me sentei, passando minhas pernas ao seu redor enquanto minha boca substituía as mãos, fazendo com que Isa chegasse ao clímax pouco antes de mim. A abracei forte, e acariciei seu rosto suado e beijei sua boca sedenta ardentemente. Nos abraçamos ali mesmo enquanto recuperávamos o fôlego.
Sussurrei “eu te amo” novamente em seu ouvido seguido de uma leve mordida na orelha.
Nos deitamos e eu a aconcheguei no meu peito, apenas sentindo seu corpo no meu, quando ela sussurrou “eu também”, de volta. Eu sorri a meia luz e dormimos tranqüilos com Guli, o gato, aconchegado aos nossos pés, na cama.



Larissa Baker

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